
A obesidade e o lipedema são condições que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo, mas existem muitos mitos e falta de conhecimento sobre essas doenças, o que leva a diagnósticos tardios, tratamentos inadequados e até mesmo estigmatização.
O que é a Obesidade?
A obesidade é uma doença crônica e multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que pode ter sérias consequências para a saúde. Muitas pessoas ainda enxergam a obesidade apenas como um problema estético, ignorando o impacto significativo que ela tem na saúde física e mental.
Estudos científicos demonstram que a obesidade é uma condição que afeta não apenas o metabolismo, mas também o sistema cardiovascular, respiratório, hormonal e até mesmo o sistema nervoso central. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 650 milhões de adultos no mundo estão diagnosticados com obesidade, e os números só aumentam.
O que ninguém fala sobre a obesidade:
A obesidade não é apenas uma questão de “falta de força de vontade”. Ela está profundamente ligada a fatores genéticos, metabólicos, hormonais e até psicológicos. Estudos recentes sugerem que pessoas com obesidade podem ter uma resistência à leptina, um hormônio crucial para regular o apetite e o gasto de energia, o que dificulta a perda de peso mesmo com dieta e exercícios.
O que é o Lipedema?
O lipedema é uma doença crônica que afeta predominantemente as mulheres e é caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nas pernas, coxas, quadris e, em alguns casos, nos braços. Ao contrário da obesidade, que afeta o corpo inteiro, o lipedema afeta de maneira desigual o tecido adiposo, gerando uma aparência em “listra” ou “coluna”, sem necessariamente estar associada ao aumento de peso corporal total.
Infelizmente, o lipedema é frequentemente confundido com obesidade, o que resulta em diagnósticos imprecisos e tratamentos inadequados. Estudos científicos recentes, como o publicado na Journal of Obesity (2020), indicam que o lipedema tem uma origem genética e pode ser desencadeado ou agravado por mudanças hormonais, como a gravidez ou a menopausa.
O que ninguém fala sobre o lipedema:
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o lipedema não é causado por obesidade. Ele pode ocorrer mesmo em pessoas com peso corporal normal. Embora o lipedema esteja frequentemente associado à obesidade, eles são condições distintas, que requerem abordagens terapêuticas diferentes. Isso significa que, por mais que a perda de peso possa ajudar a melhorar a saúde em geral, ela não resolve o lipedema, e o tratamento específico é necessário.
O Impacto Combinado da Obesidade e Lipedema
Quando uma pessoa tem obesidade e lipedema, os efeitos podem ser ainda mais complexos. Isso acontece porque, além da dificuldade já encontrada na gestão do peso devido aos fatores metabólicos e hormonais, o lipedema cria um acúmulo de gordura em áreas específicas que não responde facilmente a dietas ou exercícios.
O Que Ninguém Está Falando Sobre os Tratamentos
Embora muitos tratamentos para obesidade e lipedema existam, muitas vezes são abordagens genéricas que não levam em conta as especificidades de cada condição.
Recentemente o tratamento da obesidade com o lipedema pode ter uma resposta positiva quando associado a medicamentos como os análogos de GLP-1 (como o Ozempic), que estão se mostrando eficazes no controle de peso, eles não são uma solução mágica, e o acompanhamento médico contínuo é essencial para garantir que o tratamento seja bem-sucedido e seguro.
A Importância do Diagnóstico e Tratamento Personalizado
O mais importante a ser dito é que obesidade e lipedema precisam ser tratados com uma abordagem holística e especializada. Ignorar esses problemas ou simplificá-los a uma questão de “falta de disciplina” não só é impreciso, como também prejudica a saúde mental e física dos pacientes.
Estudos recentes apontam que o acompanhamento médico especializado, com profissionais que compreendem a complexidade dessas condições, é crucial para alcançar resultados duradouros.
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Dra Lara Resende
CRM SP 128.625 – MÉDICA
Equipe de Comunicação